domingo, 21 de outubro de 2012

Razão e Coração

                                                Razão e Coração





  Decisões muitas vezes pesam. Principalmente quando são internas, e dependem unicamente de nós. Partilhar com alguém alguns de nossos conflitos, a angústia de escolhas que direcionam nossa vida, e, consequentemente nossa, ainda que temporária, felicidade, seria ótimo. Em alguns casos tentamos amenizar a carga pedindo conselhos a pessoas de confiança. Alguns nos sugerem para agir levando totalmente em conta a razão, pois é o meio mais eficaz de obter sucesso em nossa decisão. Outros nos dizem para simplesmente “ouvir o coração” e nos deixar levar por seus impulsos. E, na maioria das vezes, razão e coração trabalham em lados opostos. Mas, em qual lado está a escolha certa? Qual deles é capaz de contribuir para a nossa felicidade?
  Na maioria das importantes escolhas que temos que fazer na vida, as emoções teimam em se intrometer. Não que isso seja sempre ruim. Não. Sentimentos devem sempre ser levados em conta, até porque não somos robôs, somos seres humanos cheios de emoções (pelo menos a maioria de nós...rs). Mas, quando o coração começa a querer tomar todas as decisões sozinho, nasce um problema.
  Isso porque o coração se precipita. Temos que tomar cuidado, pois ele é impulsivo, muitas vezes até traiçoeiro. Nos dá um olhar turvo, algumas vezes confuso, e muitas vezes nos faz cometer alguns erros. Não que ele seja o vilão da história. Mas ele nos cega, e pode nos fazer desistir de uma decisão mais sensata apenas porque grita mais alto do que a razão.
  Não estou dizendo que ouvir o coração seja errado e sempre prejudicial. As nossas emoções movimentam a nossa vida. O amor, a raiva, o afeto, a indignação. Todos estão diariamente em nossas vidas, colorindo-a. Os sentimentos que demonstramos constroem nossos relacionamentos. Mas permitir que o nosso coração governe nossa vida é como nos deixar guiar por apenas um de nossos sentidos. Ele é apenas um dos fatores que se deve levar em conta ao tomar uma decisão importante.
  Dar ouvidos apenas à razão ainda não é a solução.  Agir pela razão quase sempre nos impede de arriscar. É claro que é ótimo sentir-se seguro. Deixar de levar em conta o coração nos dá a sensação de que não vamos nos ferir e, assim, evitamos sofrer desnecessariamente. Algumas vezes, deixamos a razão nos guiar por puro medo de certo sentimento, que parece ser muito arriscado. Mas será que viver sem arriscar-se é realmente viver? Equilíbrio é o segredo. Acredito que qualquer um dos extremos trará certa medida de sofrimento.
  E se aproveitarmos desses fatores – a razão e as emoções – o melhor que cada um tem a oferecer? Afinal, as nossas emoções temperam as nossas decisões. E ouvir a razão nos faz enxergar os fatos com mais clareza, tornando nossas escolhas mais sensatas.
  Razão e coração devem andar de mãos dadas, um em auxílio do outro. Não que seja fácil. Ambos teimam em achar que tem a resposta, cada um a seu modo. Cabe a nós discernir o peso de cada um nas nossas decisões. Arriscar-se, mas com cuidado. Fazer escolhas bem pensadas, mas sem esquecer de temperá-las. A gosto, claro.


                          *MaRi Rezk*