terça-feira, 21 de julho de 2015

Sobre superar...

                                                      Sobre superar....




  Acabou. Foi bom enquanto durou. Foi ótimo na verdade. A gente se divertiu bastante, criou muitas memórias legais, mas não tem volta, cada um pro seu canto. Seria ótimo... se o meu maior defeito não fosse a incapacidade de superar todo e qualquer fim. Se você compartilha comigo desse problema (que não é nada fácil), vai se identificar com tudo que vai ver abaixo. Só não espere por conclusões. Ainda estou pra formar algumas...
  Não supero fim de filme, de série, de relacionamento (de qualquer tipo), de barra de chocolate. Nunca superei o final de O Espetacular Homem Aranha 2 (sem spoilers pra quem não viu [mas quem viu vai me entender]), A propósito, não superei nenhuma das mortes em Grey’s Anatomy (médicos ou pacientes). Não superei que a Rose não deu um espacinho pro Jack na madeira em que ela estava boiando. Não superei a separação do casal Chris Martin  e Gwyneth Paltrow (Green Eyes parou de fazer sentido :’( ), nem a morte do Chaves. Não superei o fim do MSN.  E com certeza não superei o fato do meu estoque de doces escondidos ter acabado.
  Mas existem aquelas perdas que só a gente sente, de algo que era só nosso. Essas são as mais difíceis de superar. É impossível encontrar quem entenda perfeitamente o que aquela perda significou pra nós. Porque, ainda que não tenha sido só você que viveu aquela situação, você ainda terá sido o único que viveu aquilo com o seu coração. E Deus sabe como um coração nunca sente igual ao outro. Portanto, cada pessoa tem aquele único sentimento, naquele único momento, e que pertence só a ela, e, por isso, tão difícil de deixar pra trás.
  Ainda assim, cada perda será lamentada, sofrida e questionada. Ainda que saibamos que é passageiro, ou que foi para o melhor, ou que não foi grande coisa. Quando aquele sentimento, relacionamento ou acontecimento chega ao fim, ainda que para o nosso próprio benefício, sentimos como se parte de nós fosse arrancada e levada para longe, e como se o nosso direito de ter aquele nosso pedaço estivesse sendo violado.
  Sou uma colecionadora de memórias. E volta e meia trago algumas de volta à vida, ainda que só por fechar os olhos e lembrar. Faz parte de não se conformar com o fato de aquilo que já tivemos não existir mais. E mesmo quando, finalmente, aquele incômodo constante é contido e consigo começar algo novo, ele nunca é completo. Como se cada nova memória estivesse acorrentada à uma antiga. E aquilo que já perdi será perdido sempre que eu ganhar algo novo.
  Como deixar uma história que teve momentos tão felizes simplesmente se dissolver no tempo, e dar lugar à uma nova? Infelizmente não ensinam isso na escola. É o tipo de coisa que a gente tem que viver na prática, e torcer pra ter nascido bom nisso. E para nós, que nascemos péssimos nisso, basta tentar, tentar e tentar, e torcer pra que o tempo torne isso uma tarefa mais fácil.



*MaRi Rezk*