sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Em espera...

                                                     Em espera...




  Sobre o futuro: nunca soube o que fazer com ele. Sempre o temi. Sempre me surpreendeu. E volta e meia ele me engana.
  Em algum momento olhei pra frente, e pensei ter visto um horizonte cheio de um futuro que eu queria sem saber. Mas tudo o que encontrei foi um presente que eu já tinha, e que parecia nunca acabar.
  Nunca desejei mais do que o suficiente. O suficiente para agradar os olhos, o coração. Um “suficiente” além de qualquer capacidade. Longe demais das minhas mãos e pés. Mas nunca esperei por tais desejos.
  Percebi ao longo do tempo que sonhar é trabalhoso, requer esforço. Eles, os tais sonhos, não se desenrolam sozinhos. Eles precisam de alguém para rolá-los vida abaixo.
  Sempre pensei que a direção certa apenas surgiria, e viraria meus pés para um horizonte que já era meu. Mas só depois de muito me perder, foi que percebi que eu era a única responsável por me encontrar.
  E com as pontas dos dedos fui desenhando um caminho que só meus pés enxergavam. Do início dele já posso enxergar o fim. Tenho desviado ao máximo para que o final permaneça distante. Mas, quando não houver mais curva a se fazer, basta lembrar-se que o final de uma estrada é sempre o início de outra. E é válido trilhar o mesmo caminho mais de uma vez, aprender com os erros, cuja única serventia é nos ensinar. Aprender com eles é parte de tornar-se adulto.
  E o futuro, esse continua lá, pronto pra ser desenhado...


*MaRi Rezk*