segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Voltar pra casa

                                                   

                                                  Voltar pra casa




    De vez em quando a vida fica um pouco difícil, né?! E viver em sociedade não é das partes mais fáceis de se viver. Volta e meia ouvimos um mimimi daqui, uma pressãozinha dalí, uma sutil crítica acolá. E em boa parte dessas situações nós sofremos injustamente. Na maioria das vezes as coisas acontecem sem que as pessoas tentem ver o nosso lado, sem que tentem se colocar no nosso lugar, e até mesmo evitam se dar o trabalho de ouvir nossas justificativas. Esse tipo de coisa geralmente nos incomoda além da conta, não é verdade?!. Pode até nos tirar o sono, nos fazer querer falar mais alto pra nos fazer entender, e pode até mesmo afetar o nosso bem estar. Ás vezes podemos até ter a sensação de que devemos nos justificar pra pessoas que nos acusam injustamente.
   Mas um dia, e espero que esse dia chegue pra todos, resolvemos nos libertar dessa prisão que é tentar provar nossa inocência o tempo todo. Precisamos então tomar medidas para não nos envolver mais em conflitos. Ao invés de brigar, chorar, e tentar nos justificar de todo jeito, nos obrigando a dar razão pra cada gosto e cada ação nossa, a melhor coisa que podemos fazer é deixar pra lá e voltar pra casa. Nada como a segurança de um lar, não é mesmo?
   Todos nós temos aquele cantinho especial em nossa casa, que representa toda a paz que a gente procura. Um cantinho que é só nosso, um refúgio do caos que a vida pode ser às vezes, uma fuga de quem não tem medo de ser desagradável. E lá, no nosso cantinho, a gente encontra a compreensão e aceitação que precisávamos. Lá podemos ser esquisitos sem incomodar ninguém, podemos rir do que quisermos, chorar sem perguntas. E como é feliz esse nosso tão particular mundinho maluco. Podemos ouvir aquela música que só a gente gosta, sem ninguém pra julgar, podemos ver aquele filme bobo e mal-feito, sem ninguém pra criticar. Podemos nutrir aquela fé na humanidade, sem ninguém pra nos mandar parar de ser trouxas.
  Como é bom podermos ser nós mesmos, longes de olhares de desaprovação ou narizes torcidos, que pouco a pouco matam a nossa alegria, sem precisar agradar a mais ninguém que não seja nós mesmos, sem precisar daquele desgaste tão desnecessário que é tentar provar pros outros as nossas boas intenções. Livres de culpa (ou aquela falsa culpa atribuem a nós). Livres.

*MaRi Rezk*

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Você não é trouxa

                                                                   

                                                    Você não é trouxa






  Tem uma coisa que eu preciso te contar. Você​ tem sido enganado há anos, e, agora que eu sei, não posso mais guardar esse segredo pra mim. Na verdade, assim que eu descobri, tenho pensado em qual seria o melhor jeito de te dizer isso. Espero que você esteja preparado pra isso, não é algo muito fácil de se ouvir. Chega de enrolar, vou falar de uma vez... Preparado? Lá vai: Você não é trouxa! Eu sei, parece ser um pouco difícil de acreditar, mas é a verdade. E tem uma lógica por trás dessa verdade que​ talvez faça você concordar comigo.
  Por muito tempo a gente ouviu de todo mundo que quem faz algo legal, ou ajuda, ou é simpático, ou dá uma segunda chance pra alguém que não dá valor, que ignora, que engana ou trai, é trouxa. Eu já ouvi isso centenas de vezes, e já falei isso outras milhares. Mas, pensa bem. Porque fazer algo bom pra alguém, muitas vezes pra alguém que é importante pra você, faz de você uma pessoa trouxa? Porque você é que tem que se sentir mal por ter feito alguma coisa legal, se foi a outra pessoa que não deu valor ou rejeitou?
  A gente aprende por aí que esperto é quem faz as coisas para a própria vantagem, quem pensa primeiro em si mesmo pra depois pensar nos outros. Mas será que é assim mesmo que a gente tem que pensar? É claro que quando fazemos o bem pra alguém que não dá valor, sentimos uma revolta dentro de nós, como se o bem que fazemos nunca fosse reconhecido. Eu já senti essa revolta muitas e muitas vezes. É normal se sentir triste com isso. Eu diria até que é quase impossível não se sentir mal por sermos enganados ou ignorados, e seria demais pedir pra você não se chatear com situações assim. Mas o que você tem que entender é o seguinte: você não precisa se sentir mal por ter feito o bem. Você não é trouxa.
  Quem precisa se sentir mal com os seus atos é quem ignora um gesto legal de alguém, quem não responde um sorriso com outro sorriso de volta (de propósito), quem volta a tratar mal quem lhe deu uma segunda chance, quem engana ou trai quem só quer seu bem.
  Lembre-se que uma das coisas mais importantes que a gente precisa fazer é amar ao próximo. E não é só o próximo que devolve a sua gentileza, viu?! Você não deve se sentir mal por ter feito algo bom pra quem quer que seja, mas deve se sentir feliz por estar fazendo o certo.
  Não estou dizendo que você é obrigado a continuar agradando quem te rejeita. Talvez persistir nisso adoeça seu coração, e faça com que você acabe adquirindo uma percepção errada do que é o amor e a amizade. Amizade e amor, quando não correspondidos, deixam de ser relacionamentos saudáveis, para ambos os lados. Mas não deixe que esse tipo de coisa faça você se arrepender por ter feito algo de bom, ou ter sido simpático ou prestativo. Lembre-se que o máximo que você pode fazer é a sua própria parte. Sinta-se alegre por fazer o seu melhor. Criar inimizades por aí simplesmente por não ter seu gesto reconhecido ou valorizado, pode tirar todo o brilho da sua boa intenção. Faça o bem sem olhar a quem, já dizia o ditado. Pague sempre com o bem. Se a pessoa não aceitar, então a recompensa será toda sua.


*MaRi Rezk*


domingo, 28 de maio de 2017

Você é dos que complicam ou dos que facilitam?

               

                   Você é dos que complicam ou dos que facilitam?




  A vida às vezes parece ser tão complicada, né?! Estudar, trabalhar, pagar boletos, namorar (e tem que ser bonito!), casar (e tem que fazer um festão!), ter filhos (que você não poderá decidir como criá-los), contratar serviços, reclamar dos serviços contratados, ser simpático, ler muitos livros, redes sociais, ter boa postura, pensar no que comer (3 vezes por dia!), colocar as séries em dia, ter uma carreira de sucesso, carro, ter um extenso (muito extenso mesmo) vocabulário, ter amigos, conseguir dar atenção especial a cada amigo, tomar cuidado com tudo o que falar pra não ofender ninguém, passear, cozinhar, cuidar da casa, regras de etiqueta, ajudar a quem precisa, ser ajudado, ter conhecimento (pelo menos um pouco) de cada área da vida, saber o que está acontecendo no Brasil e no mundo, viajar, comprar, vender, emprestar, saber como funciona tudo no mundo.
  Parece ser bem desgastante ser adulto hoje em dia, não parece?! E é. A cada momento de cada dia algo é cobrado de nós. A pressão de ter/saber tudo que (supostamente) deveríamos é muito grande. E se falharmos em algum aspecto dos citados acima, temos uma enorme dívida com a sociedade, que precisa ser paga o quanto antes.
  Quantas pessoas que você conhece que sofrem (seja no grau que for) de ansiedade? Muitas​, né?!
  Realmente, é muito difícil viver. Por mais que você sinta que vai explodir em algum momento, não é permitido  surtar. E é preciso muita coragem e determinação pra não permitir que abusem do nosso psicológico com tantas cobranças. Eu admiro, respeito e invejo você que tem essa força.
  E mesmo a vida sendo assim tão complicada, tem gente que gosta de complicar ainda mais! A vida poderia ser muito mais simples, mais suave, mais tranquila, se as pessoas quisessem. Digo isso porque a receita é até bem simples. Já parou pra ver as coisas do ponto de vista do outro? Já tentou se colocar no lugar das pessoas antes de julgar suas ações? Só isso já seria meio caminho andado pra deixar de pertencer ao time das pessoas que complicam a vida. Mas tem mais...
  Não estou dizendo que você deva pensar como eu penso. Até porque a idéia do tema é justamente essa! Cada pessoa é um ser individual e maravilhoso, do jeito que é. E a gente precisa entender e aceitar que os outros são diferentes da gente, e que tudo bem! Não que devamos concordar em tudo, até porque isso tiraria exatamente o que temos de especial, a nossa essência. Tá muito complicado de entender? Então vou tentar simplificar.
  Pare pra escutar o que as pessoas tem a dizer. Converse antes de brigar. Ouça antes de falar (ta na Bíblia, inclusive). Seja paciente, tente compreender as razões do outro. Seja bondoso ao falar com os outros, seja qual for o nível de intimidade, quando for dar conselhos, brincar, ou até brigar com alguém. Entenda o outro. Observe antes concluir. Ouça os dois lados da história antes de escolher um deles (muito importante). Não julgue sem conhecer todos os fatos necessários. Não toque na ferida de alguém antes de pensar como você se sentiria se alguém tocasse na sua. Não exija dos outros o que você considera melhor para si mesmo. Não deixe os seus defeitos dominarem quem você é. Lute contra seu lado ruim. Entenda que amar o outro não é ser igual o outro, ou ser amigo, ou concordar com o outro. Amar o outro é respeitar, enxergar mais as qualidades do que os defeitos do outro, e desejar sempre o bem (mas de coração, hein?!), mesmo que de longe seja mais fácil fazê-lo. É não desejar o mal de alguém só porque ele desejou o seu mal. Perdoe. Mas tente perdoar de dentro pra fora. Seja a melhor versão de si mesmo, sempre disposto a se aprimorar. E nunca (jamais!) deixe de lado o que você sabe ou acha que é o certo ou errado só para agradar alguém. Não renuncie as suas convicções só para agradar quem está em volta. Apenas tente entender que as pessoas são tão imperfeitas quanto você, e que talvez elas não estejam enxergando seus próprios erros, assim como nós muitas vezes não enxergamos os nossos, e se você não quiser ajudá-las amorosamente a entender isso, ao menos espere sempre o bem. Deseje sempre a paz.
  Não estou falando como uma grande professora da vida. Muito pelo contrário, tenho muito mais (muito, muito mesmo) a aprender do que a ensinar. E pode ser que eu tenha falado um monte de bobagem até agora. Mas as palavras acima são o resultado do que eu vivi e aprendi. Não que eu sequer consiga fazer um terço do que eu disse. Infelizmente a nossa tendência é errar vez após vez. Mas se a gente pelo menos se esforçar pra ser melhor, e se o nosso melhor se sobrepor ao nosso pior, nós já poderemos pedir a carteirinha do Clube Internacional das Pessoas que Facilitam a Vida. Entender que as coisas não são só do jeito que a gente acha que é facilita até a nossa própria vida. Compliquei mais ainda? Deixa eu tentar simplificar mais. Ame primeiro. Só isso.


*MaRi Rezk*