terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Esquecer

                                                       Esquecer





  Às vezes bate um desespero, uma falta de ar, uma vontade quase incontrolável de se sentir segura dentro de um abraço apertado, de quem quer que seja.
  Os milhares de sentimentos se misturam, se confundem, me desesperam. Chocolate ajuda, mas às vezes nem ele.
  Antigos sentimentos pesam, por mais que eu tente me livrar deles. E ainda que me livre, paro no tempo, estacionada, sem nada, me forçando a destruir cada lembrança que insiste em me perturbar.
  Mas é inevitável que certas sensações nos façam uma falta sufocante, e as lembranças dessas antigas sensações me fazem querer correr, sem destino ou objetivo. Apenas correr, para chegar a lugar nenhum, ou nem chegar.
  Mas o desejo que predomina é o de voltar no tempo, tentar consertar, ou mesmo recomeçar. Mas é inútil. Inútil até mesmo pensar a respeito.
  E deixar tudo de lado não é uma simples escolha nossa. Não é algo que basta apenas decidir, e acontece. É necessário uma força além do normal. Esquecer é uma luta diária, é um querer além do poder. É um fugir e fugir, até se perder de cada lembrança dolorosa.
  E seguir em frente. Começar algo novo. Se jogar no que ainda não conhece, mas não de cabeça. Tomando o devido cuidado para não precisar recomeçar do zero mais tarde, de novo.
  E não olhar para trás. Não parar para pensar no que tanto quis esquecer. Ainda que seja uma reação automática, às vezes faz-se necessário lutar contra isso.
  E mudar. Arrancar uma lição de tudo o que sofreu, e usá-la. Transformar-se.
  Deixar os antigos medos para trás, e deixar que seus novos medos te ensinem novas lições.
  Por que não há nada, nada melhor do que o novo. Nada melhor do que enxergar a vida com novos olhos, livres de mágoas, nada melhor do que estar disposto a seguir em frente, e sempre em frente.

*MaRi Rezk*


Nenhum comentário:

Postar um comentário