Sentimentos
Não pense que sei sobre o que estou falando. Não faço a mínima ideia. Só resolvi
colocar as ideias no papel, organizá-las, pra ver se é possível extrair alguma
conclusão disso tudo. Cada pessoa é
diferente da outra. Cada um é bom em alguma coisa. Por exemplo, sou péssima para
falar. Consigo me expressar muito melhor escrevendo do que falando. É uma
característica minha, com a qual nasci. Pode me incomodar às vezes, mas é algo
que faz parte de mim, que não posso mudar, pelo menos não tão facilmente. Cada
pessoa tem a sua característica, algo que a difere das demais pessoas. É
normal.
Com os sentimentos não é
diferente. Cada um sente e expressa o que sente de formas diferentes. E não se
pode julgar a forma de alguém sentir ou expressar algo.
Muitas vezes nos pegamos no desejo de conhecer os
sentimentos de quem está ao nosso redor. É natural também. E nos enganamos
tanto! Afinal, quem pode conhecer realmente o coração de alguém?
Criamos expectativas nos baseando no que
vemos. Muitas vezes acreditamos que algumas pessoas são frias o suficiente para
não sentir nada. Será?
Da mesma forma
que cada um sente à sua própria maneira, cada um reage a sua própria maneira.
Não devemos esperar que as pessoas extravazem seus sentimentos da mesma forma
que nós fazemos. Nem todos choram quando algo ruim acontece, nem todos gritam
quando estão brigando, nem todos passam horas chorando porque levou um
fora.
E alguns acontecimentos nos
surpreendem de tal forma, que confundem tudo no qual acreditamos.
Quando tive a
ideia de escrever sobre sentimentos, mil pensamentos vieram a minha mente, não
só sobre amor romantico, mas sobre sentimentos de amizade, admiração, raiva,
carinho. E me lembrei de milhares de situações onde não se pode ter certeza do
que a outra pessoa realmente sente.
Pensei naqueles casos em que uma pessoa consegue ser
dissimulada a ponto de fazer promessas, e depois agir com a maior frieza, como
se fosse uma simples brincadeira. Ou nos casos em que uma pessoa, ora demonstra
sincera afeição, ora parece nem ligar. Quando alguém demonstra sentimentos
impulsivos, e ao mesmo tempo tão passageiros.
Pensei também naqueles casos em que a pessoa insiste em
algo até finalmente conseguir, e depois despreza como se não significasse nada.
Lembrei-me também daqueles oscilantes frissons que algumas pessoas não conseguem
evitar. Ou de quando uma pessoa se humilha, tamanho o sentimento que nutre.
Quando simplesmente não conseguimos acreditar no que o outro diz. Depressão,
desentendimento, frustração, decepção. Tantos sentimentos que não
entendemos.
Por um momento parei pra
pensar nos julgamentos que fizera na vida. Fulano é frio demais, Fulana é
chorona demais, Beltrano é sério demais. E então me senti mal, pois percebi que
não nos cabe julgar nada disso. Afinal, todos tem um coração, todos são capazes
de sentir.
Mas ao mesmo tempo… No que
se pode confiar? Será que existem mesmo emoções sensíveis em todas as pessoas?
Ou será que as pessoas estão agindo de forma mentirosa, sem levar em conta os
sentimentos que trazemos em nós?
Até
que ponto se pode confiar num “Eu te amo”? Até quando as pessoas irão mentir
sobre o que sentem? Até que ponto se faz alguém chorar…
No que devemos nos basear? Não existe base. Temos de
arriscar afinal. Nem todo mundo sente e , consequentemente, demostra da mesma
forma que nós.
Vale a pena arriscar a
felicidade quando não se tem certeza? O que as pessoas realmente sentem? A forma
como sentem é o que mais me intriga. E como as suas atitudes diferem de seus
sentimentos.
E o quanto estão próximos
o ódio do amor. Quando um leva ao outro.
Mais difícil do que entender as razões humanas é tentar
entender as emoções.
Tantas perguntas.
Às vezes nos enganamos tanto! Principalmente se nos deixarmos levar pelas
conclusões que resolvemos tirar. É tão difícil tomar as decisões certas nesse
sentido. Mas dá bastante no que pensar, mesmo que, no final não tiremos
conclusão alguma.
Só Deus conhece o
nosso coração, afinal.
*MaRi Rezk*
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